segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Perecível.

Melancólico suspiro do velho
Que faz, dentro d'um prato,
Jazer certo antigo retrato
Guardado com esmero secular

Velho do suspiro melancólico
Que fora jovem viril, outrora
Mas sofrido definha agora
Num rugoso leito qualquer

Pois riu da cruel ironia:
Novo em velha fotografia
Velho no novo cenário

E chorou pelos tempos de rei
Chorou por não ser Dorian Gray
Chorou por doer ao chorar