segunda-feira, 30 de agosto de 2010

De políticos e jogadores de futebol.

Em nada se assemelham, no externo.
É luva contra terno,
Verão e inverno,
Contraste eterno de lazer e coisa séria.

E nós aqui, na miséria.

Aí, como quem nada quer, bem devagar
Que é para não os assustar,
Você começa a reparar
Em cada ludibriar enrustido no que fazem.

Tanto levam e nada trazem.

Consagrado atacante financia tráfico na favela
E deputado, mesmo sem entrar nela,
Pinta seu nome na tela
Pulando pela janela e roubando nosso imposto.

De progresso, ninguém sente gosto.

Goleiro, em Minas, mata e não deixa pista.
A mulher desaparece de vista.
Já em Brasília, é elitista
Contra terrorista para comandar um povo.

Ambos ruins, nada de novo!

À frente de cada time, um corrupto dirigente
Decerto quase tão indulgente
Quanto nosso presidente,
Homem negligente que diz não saber de nada, não.

Lembra do mensalão?

Na essência são iguais, cada um velho decrépito
De pouco saldo e muito débito
Com o pilar trépido
Do crédito que o povo lhes confere.

Eles atiram, você se fere.

No fim do dia, eleito político e contratado jogador,
Já despidos de roupa e de pudor,
Comemoram o horror
Duma podre dor que nós assola; para eles, vitória.

Fim da história.